segunda-feira, 7 de julho de 2014

ROBINSON FARIA ABRE SÉRIE DE ENTREVISTA COM CANDIDATOS AO BLOG DE THAISA GALVÃO



De solitário sonhador a candidato com apoio do PT da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula

Deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa, governador do Estado em exercício, vice-governador eleito e rompido.
Robinson Faria, 55 anos, presidente do PSD no Rio Grande do Norte, candidato a governador.
Solitário pré-candidato, visitou 120 municípios do Estado tentando apresentar seu nome, pouco conhecido, às populações de regiões onde não tinha bases como parlamentar.
Muitas vezes sem um líder para recebê-lo em um município, perambulava com um assessor pelas praças e feiras onde conseguia, no máximo, uma entrevista em uma emissora de rádio.
Com Robinson, o Blog hoje dá continuidade à série de entrevistas que fará ao longo da campanha que dá largada exatamente neste domingo, com os principais envolvidos no processo de sucessão como candidatos, lideranças, observadores da cena.
A primeira entrevista foi com a governadora Rosalba Ciarlini, quando ainda sonhava com o direito de disputar a reeleição.
Hoje a entrevista com o seu vice-desafeto que, no gira da roda-gigante da vida, poderá ter o seu apoio na eleição.
Eis a entrevista com o vice que quer chegar ao Governo, disputando com a mega-estutura de uma coligação formada por praticamente todos os partidos do Rio Grande do Norte, mas que, segundo Robinson Faria, não o intimidam.

Thaisa Galvão – Você teve seu nome homologado na convenção do PSD como candidato a governador do Rio Grande do Norte. Era esse o seu foco desde que entrou para a política? Um sonho antigo?

Robinson Faria - Não, esse sonho foi evoluindo de acordo com a minha caminhada política. Primeiro eu tive um papel no legislativo estadual, onde me elegi deputado 6 vezes e consegui presidir a Assembleia Legislativa 4 vezes, 8 anos, e aí desenvolvi uma experiência mais no âmbito do executivo. Mudando o perfil da Assembleia, criando programas inovadores, arrojados, como a TV Assembleia, hoje em canal aberto, a Assembleia Itinerante, o Instituto do Legislativo de qualificação do servidor que hoje atende ao público de fora da Assembleia…a Assembleia Jurídica gratuita, Assembleia Cultural. Programas totalmente inusitados para uma casa legislativa. Essa é uma marca de Robinson Faria. E o sonho foi evoluindo também pela minha presença permanente nas cidades, eu tenho uma essência muito forte municipalista. Gosto de conhecer, de conviver, de viver o cotidiano das cidades. Aí começou a nascer esse sentimento de um dia eu me tornar candidato a governador. Mas eu não queria ser um candidato a governador que nasceu de um partido forte, ou de forma verticalizada, ou de padrinhos fortes ou de madrinhas fortes. Mas, que fosse na espontaneidade, na legitimidade, e hoje eu me considero esse candidato com o incentivo das ruas. Um candidato natural. Lógico que eu sonhei muito que isso acontecesse, e a nossa candidatura hoje foi impulsionada por pessoas anônimas. Não nasceu no seio da classe política.

Thaisa Galvão – Você já tinha chegado perto do sonho quando se elegeu vice-governador em 2010, com a governadora Rosalba Ciarlini com direito à reeleição. Chegou a passar pela sua cabeça que você iria pular etapas e já seria candidato na eleição seguinte?

Robinson Faria - Naquele momento eu já havia lutado para ser candidato a governador em 2010. Em 2006 quando fui o deputado mais votado do Estado pela segunda vez – 2002 e 2006 – quando fui o mais votado da história do Rio Grande do Norte, primeiro deputado a ultrapassar o coeficiente eleitoral sozinho, meu nome começou a ser lembrado para o Governo. Mas em 2010, infelizmente, o grupo ao qual eu pertencia, não quis me apoiar e terminei sendo vice de Rosalba, contribuindo de forma decisiva para sua vitória. Naquele momento eu não pensava que seria candidato a governador agora. Mas eu discordei do Governo, rompi, saí do Governo, passei a fazer uma caminhada de oposição, ouvindo a população, visitando as feiras livres, hospitais, penitenciárias, comerciantes. Visitei 120 municípios do Rio Grande do Norte, atendendo chamamento e ficando perto do povo. E com essa tinha caminhada, aquele sentimento acumulado desde 2010, renasceu.

Thaisa Galvão – Foi aí que você começou a perceber que poderia vir a ser o sucessor da governadora?

Robinson Faria - Exatamente. Esse renascimento do meu nome partiu das pessoas. Eu não comecei a caminhar para ser candidato a governador. Comecei a caminhar porque quem conhece o meu passado político sabe que eu sou assim. Sempre tive uma marca muito forte de ser presente nas cidades. E as pessoas começaram a se identificar quando eu discordava de algo, quando dava uma entrevista apresentando propostas para saúde, segurança, as pessoas começaram a ter essa identificação com meu nome. Eu tinha esse sonho e busquei, e hoje me sinto amadurecido, me sinto preparado para ser candidato, e me sinto preparado para governar o Rio Grande do Norte.

Thaisa Galvão – Quando você rompeu com o Governo já veio na cabeça que seria candidato a governador?

Robinson Faria - Não, não veio porque eu não sabia qual seria a receptividade, a interpretação das pessoas com o meu rompimento e com o novo momento político que eu estava vivendo. Mas, logo depois as coisas começaram a acontecer. Começou a ter uma torcida, as pessoas começaram a me incentivar, e isso foi se intensificando. Não só a torcida, mas também o incentivo. As pessoas chegavam pra mim nas cidades e diziam 'Robinson, não desista, você tem que ser o nosso candidato a governador'. Então foi em respeito a essas pessoas também que eu confirmei a minha candidatura.

Thaisa Galvão – Quando você chegava nos lugares, sozinho, sem ninguém pra lhe receber, sem as pessoas sequer lhe conhecerem em alguns casos, o que passava na sua cabeça? Era um sonho só seu, o que você pensava?

Robinson Faria - Olhe, buscando encontrar os cacos do sonho no chão das incertezas. Foram caminhadas de muita ousadia e sobretudo de muita coragem, muita fe e resistência que me fizeram ir adiante. Muitas vezes alguns políticos me perguntavam, 'Robinson, vale a pena você ser candidato contra uma super estrutura partidária que está se formando contra você? Não é melhor você parar para pensar?'. E eu parava às vezes para pensar. As colocações de prefeitos, alguns até amigos meus, me faziam parar e refletir, mas quando eu voltava para a rua, para as cidades, as pessoas novamente me incentivavam e renovavam minha esperança, meu encorajamento. Então foram as pessoas que me ajudaram, o povo não deixou morrer dentro de mim, a esperança e a coragem de ser candidato a governador. Não foi na classe política que eu virei candidato a governador. Foi a partir das pessoas anônimas.

Thaisa Galvão – Tinha cidade que você chegava sozinho, não tinha uma liderança para lhe receber…

Robinson Faria - Na maioria das cidades. No começo não tinha ninguém pra me receber em nenhum lugar. E nesses primeiros momentos de minha caminhada ninguém dava dec;aração lançando meu nome para o governo. Nem prefeito, nem ex-prefeito, ex-senador, senador, ex-governador…ninguém. Nenhum político dos mais importantes do Estado falavam em meu nome para governador. Mas isso não me intimidou, não diminuiu a minha motivação, não enfraqueceu a minha caminhada. Em muitas cidades que eu chegava não tinha a casa de um político para eu visitar, porque todos estavam, ou do lado do Governo ou do lado do sistema liderado pelo PMDB. Mas eu ia na rádio, eu ia na feira, eu ia no comércio, na praça. Isso me desafiava e o tempo inteiro eu procurava encontrar uma forma de deixar uma mensagem naquela cidade. Uma mensagem de convocação para resistir ao que estava acontecendo, aos conchavos políticos entre quatro paredes; eu já sabia que estava sendo maturado o acordão que hoje é uma realidade, na época estava sendo desenhado. Então eu alertava as pessoas. E aí não foi nas estruturas partidárias do interior que eu encontrei o cenário para ser candidato a governador.

Thaisa Galvão – Sua solidão pelo Rio Grande do Norte lhe fez, em algum momento, sentir vontade de desistir?

Robinson Faria - De desistir não porque as pessoas nunca deixaram esse sonho morrer. Mas eu vivi um isolamento político muito grande, estava muito subestimado, diziam até que eu era um político ameaçado, com a carreira em vias de encerrar. Mas eu percebi que existia também a interpretação de um cansaço, de uma desconfiança em relação a esses grupos que dominaram o Rio Grande do Norte. Eu escutava das pessoas que essas pessoas famosas, de sobrenomes famosos, tiveram a oportunidade de governar o Rio Grande do Norte e o nosso Estado ainda não vive um bom momento, se comparado com outros estados do Nordeste. Pelo contrário, o Estado involuiu. Os indicadores sociais, econômicos, emprego, desemprego, o agronegócio, saúde, educação, segurança que afundou, desenvolvimento,o turismo, então as pessoas creditam que essasfamílias famosas, que se acham poderosas, tiveram 50 anos para transformar o Rio Grande do Norte e o nosso Estado não se transformou num grande estado como é hoje Pernambuco, Ceará, Bahia e até o Piauí que era um estado tido como pobre e hoje está muito na frente do Rio Grande do Norte na sua questão econômica e social.

Thaisa Galvão – Quando você fala em famílias poderosas, a gente não tem muito conhecimento de gestores que não tinham esses sobrenomes e que tiveram sucesso. Você não teme ganhar a eleição e ser esmagado por essas famílias?

Robinson Faria - Não, porque se eu for eleito, o meu governo será totalmente inovador. Quero devolver ao povo um governo de diálogo. Acho que os governadores erraram quando não dialogaram com a sociedade civil, não dialogaram com os servidores. Na Assembleia Legislativa, o primeiro passo que dei como presidente foi conquistar a confiança dos servidores da Casa, e com eles nasceram projetos espetaculares para a população e para o Poder Legislativo. Então eu vou governar dialogando com os servidores, com os Poderes, com o setor produtivo, com os trabalhadores rurais. Um governo de participação, onde o Orçamento será debatido, onde as políticas públicas que forem encaminhadas para o Orçamento serão discutidas antecipadamente como a questão da micro e pequena empresa, que o Rio Gramde do Norte é o Estado com a maior carga tributária de toda a região Nordeste e isso é muito ruim porque 90% dos empregos advém das micro e pequena empresas e o nosso estado hoje tem um ambiente hostil para o surgimento de novas empresas. Então, por conta de tudo o que eu estudei, aprendi, eu me sinto preparado para fazer do Rio Grande do Norte um estado líder, e não um estado a reboque.

Thaisa Galvão – Qual seria o segredo?

Robinson Faria - O diálogo em primeiro lugar. Depois disposição, gestão, e equipe. E quando eu falo em equipe, olhe que eu sou político há mais de 20 anos, mas a minha equipe terá um perfil extremamente técnico. Muitos candidatos não tem coragem de falar isso com medo de perder o apoio dos partidos políticos que depois vão querer dividir o bolo. Eu não vou cometer essa desfaçatez. Quando fui secretário de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente, no atual governo, eu montei uma equipe de excelência, toda técnica, onde não tinha uma mulher de prefeito ou ex-prefeito ou filho de prefeito. Ninguém do meu mundo político. Eu premiei a competência, independente de lado partidário, independente de saber do passado, se tinham votado em mim e Rosalba. Eu nomeei as pessoas com perfil ideal para cada cargo. Montei uma equipe de excelência que, atendendo a um prazo que estipulei, planejaram a Secretaria para os 4 anos de gestão. E essa equipe foi elogiada por técnicos do Banco Mundial. Assim será o meu governo, fazendo uma grande transição de governos conservadores para um governo de modernidade. Já vamos planejar o Estado para 4 anos.

Robinson diz que não vai atacar Henrique mas vai pedir que eleitor avalie a coerência de cada palanque

Thaisa Galvão – Antes de definir que seria o candidato a governador, o deputado Henrique Alves conversou muito, com muita gente. Você conversou com Henrique?

Robinson Faria - Conversou comigo várias vezes. Tenho amizade com o deputado Henrique, não somos inimigos, só somos concorrentes, mas não existe inimizade, Faremos uma campanha de debates, de propostas, quero fazer uma campanha muito construtiva porque é isso que interessa à população, acho que o radicalismo está sepultado, não só por mim, mas por toda a classe política. Agora, vamos falar a verdade, cada um falará de seus proetos para o Estado. Tivemos conversas, é natural, mas eu já tnha um compromisso com as pessoas que me incentivaram, que me colocaram como candidato a governador. Eu não poderia trair essa generosidade das pessoas e aproveitar o capital eleitoral que adquiri.

Thaisa Galvão – Quando você fala em trair a generosidade das pessoas, significa que Henrique pediu para você dessistir?

Robinson Faria - Não tô aqui censurando o deputado Henrique porque ele como candidato a governador tem todo direito de buscar parceiros. Ele veio me procurar como procurou Wilma como procurou outros, faz parte da democracia, da caminhada política. Apenas eu já tinha minha convicção formada e tinham pessoas que eu não poderia decepcioná-las, que já estavam nas ruas fazendo propaganda do meu nome, defendendo meu nome, e a minha decisão foi muito respeitando essas pessoas que sonharam ver Robinson Faria candidato a governador.

Thaisa Galvão – Em algum momento você pensou que poderia ser o candidato com apoio do PMDB?

Robinson Faria - Não, eu sempre achei muito difícil porque o deputado Henrique, sempre que dava entrevistas, dizia que o candidato seria do PMDB.

Thaisa Galvão – Mas antes do prazo de filiação, por exemplo. Não foi convidado a se filiar ao PMDB?

Robinson Faria - Não, até porque não teria nenhuma lógica porque eu tinha acabado de fundar o PSD, partido que presido, e eu não iria abandonar um partido que eu formei.

Thaisa Galvão – Henrique disse que na campanha dele não vai falar mal de ninguém. Como você vai se comportar?

Robinson Faria – Farei uma campanha construtiva, propositiva, mas interpretando também o palanque adversário. Não de forma radical, mas pedindo que as pessoas observem a coerência de cada palanque. Qual o palanque que é mais coerente, é o de Robinson Faria ou o palanque do meu oponente?

Thaisa Galvão – As convenções aconteceram, e a gente viu muito isso nas redes sociais, em clima de resultado antecipado das eleições. Tipo, a minha foi maior, o eleito sou eu. Como você define uma convenção?

Robinson Faria - Já participei de muitas convenções como apoiador, e em 2010 como candidato a vice-governador. Fica até um pouco suspeito eu falar, mas essa convenção que confirmou meu nome para candidato a governador foi a mais emocionante, com mais energia, com mais entusiamo que eu vivi durante toda a minha carreira política.

Robinson Faria diz que sente falta do apoio do amigo Carlos Eduardo

Thaisa Galvão – E o prefeito Carlos Eduardo? Vocês caminharam juntos e você acreditou que teria o apoio dele.

Robinson Faria - Eu apoiei o prefeito Carlos Eduardo nas duas vezes que ele foi candidato a prefeito de Natal. Na primeira quando ele disputou com Luiz Almir, e na época eu me lembro que o PMDB de Garibaldi e de Henrique ficou contra ele. Preferiu apoiar Luiz Almir do que apoiar ele, mesmo sendo da família. Novamente em 2012 eu o apoei contra o candidato do PMDB, Hermano Morais, que tinham ao lado Hermano Morais. Mais uma vez Henrique e Garibaldi contra ele. Mas, agora ele resolveu apoiar o nome do deputado Henrique que foi seu adversário nas duas vezes que ele tentou ser prefeito de Natal. Não posso aqui explicar suas razões. Eu apenas sinto falta dele não estar comigo. Sou amigo dele, continuo amigo dele, posso até discordar de sua decisão, mas não tenho motivo aqui de externar revanchismo ou mágoa. Apenas eu gostaria que ele hoje estivesse me apoiando.

Thaisa Galvão – Depois que ele definiu pelo apoio a Henrique vocês conversaram?

Robinson Faria - Tivemos encontros muito rápidos e circunstanciais, mas não para tratar desse assunto.

Thaisa Galvão – Mas vocês são vizinhos. Moram no mesmo prédio e tem casas coladas no mesmo condomínio na praia. Como ficou a amizade?

Robinson Faria - A amizade permanece, nós sabemos separar. Eu su amigo dele de mais ded 40 anos. Sua filha é amiga da minha filha, sua esposa é amiga de minha esposa, então a amizade existe e eu digo isso até com uma certa tristeza que eu gostaria muito, até pelo que eu lutei para vê-lo prefeito de Natal, que ele estivesse do meu lado, me apoiando, mas ele deve ter as suas razões para apoiar o primo que sempre esteve contra ele, e isso não vai estragar a amizade.

Thaisa Galvão – Você não vai cobrar esse apoio na campanha?

Robinson Faria - Não, não. Esse é um assunto já vencido. Vou tentar conquistar os meus votos com as minhas propostas.

Thaisa Galvão – Vamos falar do PT. Como se deu a aproximação entre Robinson Faria e o PT?

Robinson Faria - Muito interessante, que nasceu a partir da amizade pessoal que tenho com o deputado Fernando Mineiro, que foi a primeira voz a levantar meu nome como possível candidato a governador com apoio do PT. Depois o partido começou a dialogar comigo, o presidente estadual Eraldo Paiva, outro grande defensor, o presidente do PT de Natal, Juliano Siqueira, que deliberou rapidamente, em uma plenária municipal, o apoio ao meu nome, e a deputada Fátima, que à época ainda tinha dúvida se seria candidata ao Senado ou à reeleição, que também se incorporou com muito entusiasmo a esse projeto. Eu diria que o PT é um grande parceiro, tem grandes companheiros, pessoas que vestem a camisa, e a militância do PT, que é uma militância fundamental, ela assimilou meu nome como se eu fosse um candidato do próprio PT.

Thaisa Galvão – Você já está chamando os militantes do PT de cmpanheiros?

Robinson Faria - Já chamo de companheiros e com muita naturalidade, e eles também me chamam de companheiro.

Thaisa Galvão – Mas o PT quase atrapalha a formação dessa chapa quando se negou a fazer a coligação na proporcional estadual. Inclusive você perdeu a deputada Gesane Marinho. Você não chegou a imaginar que inão iria dar certo?

Robinson Faria - O PT nunca prometeu, o deputado Mineiro e uma pessoa muito verdadeira, nunca prometeu, desde o início da nossa aproximação, que iria se coligar na estadual. Na federal sim. Eu disse a deputada Gesane que ela tivesse paciência que a gente iria enriquecer a nossa nominata de candidatos e que lá na frente iriam aparecer partidos. E hoje está aí a realidade. Vários partidos, mas a deputada se apressou na decisão.

Thaisa Galvão – Robinson Faria e Fátima Bezerra juntos. Isso combina?

Robinson Faria – Muito. Tá combinando e muito. Em afinidade e na aprovação da população. Essa combinação hoje não é apenas uma simpatia do PT com o PSD ou do PSD com o PT, existe uma simpatia na rua, por parte das pessoas.

Robinson diz que quer o voto de Rosalba e garante que seu discurso não vai mudar

Thaisa Galvão – A governadora Rosalba Ciarlini está fora do páreo na disputa pelo Governo. Isso facilitou pra você?

Robinson Faria - Olhe, como cidadão, eu externei numa entrevista e nas redes sociais que fui contra o que fizeram com ela. Mesmo ela sendo minha adversária, ela teria todo o direito de ser candidata à reeleição, acho que foi usurpado o seu direito de ser candidata à reeleição. Mas esse assunto não diz respeito a im, eu apenas emiti uma opinião de cidadão, esse assunto é interno do partido dela. Sobre a sua saída, ainda está cedo para se analisar qual será a migração dos votos da governadora Rosalba Ciarlini, muito embora eu já tenha tido informações de que os seguidores dela se sentem traídos e abandonados pela parceria política do senador José Agripino com o candidato Henrique Alves, que se uniram para retirar o nome de Rosalba do páreo.

Thaisa Galvão – E essa história de Rosalba vir a lhe apoiar, você já recebeu algum sinal, alguém já falou com você sobre iso?

Robinson Faria - Não, Rosalba nunca sinalizou para mim e nem mandou recado. Mas, quero deixar claro que ha eleitores ligados a Rosalba que vêem com muita simpatia o nosso nome. Prova disso é que o deputado Betinho Rosado, do PP, cunhado dela, faz parte hoje de nossa coligação. Que não é nenhuma incoerência já que o PP faz parte da base da presidente Dilma Rousseff, apóia a reeleição da presidente igual a mim e ao PSD, igual ao PT de Dilma e igual ao PCdoB que tambem faz parte de nossa coligação. Então ele veio para somar, para apoiar Robinson, para apoiar Fátima. Ouviu seus prefeitos, ouviu suas bases e suas bases sinalizaram para que ele viesse apoiar o nosso nome. Então ele é bem-vindo. Nós não temos arrogância,  soberba, e orgulho de escolher quem quer nos apoiar. Todos serão bem-vindos.

Thaisa Galvão – Até a governadora Rosalba Ciarlini? Você quer o voto dela?

Robinson Faria - Claro. Tanto eu quanto a deputada Fátima já conversamos sobre isso. Ela como cidadã, como governadora do Estado, tem todo direito de escolher em quem quer votar. Se ela quiser votar em Robinson, se quiser votar em Fátima ou em qualquer outro candidato, deve ser respeitado o seu direito democrático de escolha.

Thaisa Galvão – Quando a prefeita Micarla de Sousa, já fora do páreo, disse que iria votar no então candidato a prefeito Carlos Eduardo, ele disse que não queria o voto dela. Você não repetiria isso?

Robinson Faria - São circunstâncias diferentes. A ex-prefeita de Natal queria prejudicar o candidato já que existia entre eles, não um rompimento político, masuma inimizade pessoal. E ela, reconhecendo o desgaste que vivia, queria prejudicar o candidato. Não foi uma declaração verdadeira, não existia verdade no seu voto, ela queria confundir a cabeça do eleitor.

Thaisa Galvão – Um possível apoio da governadora à sua eleição mudaria seu discurso e o discurso da deputada Fátima Bezerra?

Robinson Faria - O meu discurso é de discordância, não é de radicalismo e de raiva. Eu discordei do que achei que não estava certo na questão da saúde, na questão da educação, da segurança pública, portanto, não é nenhuma novidade nem nenhum segredo oque eu já falei durante esses quatro anos. Então não mudará até porque meu discurso agora será de propostas.

Thaisa Galvão – E Fátima Bezerra, do PT, ela já tem recebido muito apoio do DEM, para quem sempre combateu o DEM…

Robinson Faria - Muitos prefeitos do DEM estão se identificando com Fátima. É que os partidos são importantes, mas hoje as pessoas votam em quem acreditam, em quem confiam, independente de partidos.        

Thaisa Galvão – Lula e Dilma vão apoiar a chapa? Eles virão a Natal para o palanque de vocês?

Robinson Faria - Eu espero que sim, até porque a coligação oficial do PT no Rio Grande do Norte é a nossa. Esperamos que o PT nacional veja isso com simpatia e estejam em nosso palanque, tanto Lula quanto a presidente Dilma.

Thaisa Galvão – Vocês vão ganhar a eleição?

Robinson Faria - Vamos ganhar a eleição.

Thaisa Galvão – O que leva você a acreditar que vocês vão ganhar?

Robinson Faria – O que eu escuto das pessoas todos os dias nas ruas.

Thaisa Galvão – A Assembleia Legislativa derrubou o projeto que extinguia o uso de residência oficial para governador. Você, se eleito, vai utilizar a residência oficial?

Robinson Faria - Eu acho que o governador, no momento que o estado vive uma crise econômica tem que cortar gorduras. Temos que mudar a metodologia de um governante e eu mudarei. Sou contra a residência oficial como redução de custos e para dar o exemplo à equipe que vier a compor o governo. Cortar mordomias e saber separar o que é mordomia e o que é essencial. O que for essencial tem que ser preservado para seguir com a governabilidade, mas o que for mordomia terá que ser extinto.

Thaisa Galvão – Quando o governador, só dando um exemplo, tiver que receber para jantar uma comitiva importante, internacional, ou um ministro de estado, ou o presidente da República, vai fazer como?

Robinson Faria – Temos que discutir isso depois, mas de uma forma que possa poupar o Estado de gastos excessivos.

Thaisa Galvão – Robinson Faria governador. Como serão os primeiros dias de uma gestão moderna prometida por você?

Robinson Faria - Nosso governo terá uma essência inovadora muito forte. De muito trabalho, de muita ousadia e muito focado no que eu conheci e vivi nesses últimos anos observando as angústias do nosso povo. Eu não quero dar expediente em Natal nos primeiros dias. Vou convocar OAB, a classe médica, a Assembleia, os Poderes, vou visitar todos os hospitais regionais. Quero sentar no birô do diretor e saber porque não está funcionando bem. Quero sentar no birô do diretor das escolas e saber como vem funconando. Quero sentar no birô dos delegados no interior. Teremos um gabinete itinerante. Não um governo itinerante como era no passado, com gastos excessivos, que viravam uma festa. Farei um governo detalhista e exigente e já adianto que não se trata de demagogia, isso é governar pensando nas pessoas, se preocupando com as pessoas.

FONTE E IMAGENS: THAISA GALVÃO