O 3 de dezembro
A cidade de Nova Cruz está para completar 92 anos de emancipação política, no próximo dia 03 de dezembro e estamos colocando matérias com alguns fatos sociais e políticos de nossa cidade, nesta semana de “comemorações”.
A origem de Nova Cruz:
O primeiro nome foi Urtigal por motivo de a região ter a existência de urtigas por toda parte.
Uma propriedade rural agropecuária situada ás margens do rio Aririmatau, surgiu como Anta Esfolada, pela tradição, diz a história que havia um animal feroz, uma ANTA, que diziam possuir o espírito maligno e era um mal augoro a quem conseguisse apanhá-la em dias de azar. Pois um caçador prendeu a Anta em uma armadilha, em uma sexta-feira e resolveu, para tirar-lhe o feitiço, esfolá-la viva. Em que no primeiro corte, a Anta deu um salto e escapou, deixando o couro na mão do caçador e embrenhou-se, esfolada, pela mata, adquirindo a fama de animal feroz.
Um missionário e exorcista, o Frei Serafim de Catânia, pediu alguns galhos de Inharé, advindos de Santa Cruz, que fincou no ponto mais alto, onde costumeiramente passava o animal e assim, ninguém mais viu a Anta Esfolada e o povoado passou a denominação de Nova Cruz. Isso por que se colocava cruz com galhos comuns, até que se colocou com galhos de Inharé e ficou uma Nova Cruz.
Nova Cruz pertenceu, quando Anta Esfolada, A Vila Flor, Goianainha e Serra de São Bento. Nessas dependências existiam os fatores religiosos e administrativos.
As primeiras décadas:
O município foi criado em 15 de março de 1852, lei nº 245, já a emancipação é de 03 de dezembro de 1919, lei nº 470. A bandeira do município é de 02 de dezembro de 1855.
O criador do projeto de emancipação política de Nova Cruz foi o Deputado Estadual Francisco Bruno Pereira.
Nova cruz foi povoado aos poucos e de forma muito dispersa e com mais densidade, ás margens do Rio Curimatau.
Os pioneiros na política
Os pioneiros na política nova-cruzense, foram justamente os primeiros prefeitos intendente e os nomeados:
PREFEITOS INTENDENTES:
Odilon Amâncio Ramalho (1919 á 1923), Nestor Marinho (1924 á 1926).
Tanto Odilon Amâncio como Nestor Marinho deram os primeiros passos na administração de um novo município. Não tenho dados sobre alguma homenagem a Odilon Amâncio, mais Nestor Marinho fez uma grande administração, a ponto de ter sido homenageado com nome em rua e em escola importante de Nova Cruz.
PREFEITOS NOMEADOS:
Mário Manso (1927 á 1929), Antônio Arruda Câmara (1930 á 1934), Mário Gadelha Simas (1935 á 1937), Mário Manso – 2ª vez (1938 á 1941), Major Severino Elias (1942 á 1944), Antônio Arruda Câmara – 2ª vez (1945 á 1947).
Mário manso foi prefeito por duas vezes, tendo uma certa dificuldade em sua primeira administração mais fez uma administração excelente em sua segunda vez, tendo Nova Cruz começado a ter seus primeiros empreendimentos.
Antônio Arruda Câmara também por duas vezes prefeito fez uma administração voltada para o início das construções em Nova Cruz. As principais foram:
Construiu o prédio da prefeitura, o cemitério, o reservatório de água, o açougue público, o cacimbão, o açude recreio, diversos reservatórios de água na zona rural.
A grande homenagem ao principal nome da política de Nova Cruz no início de tudo sobre administrar, o Sr Antônio Arruda Câmara, foi ter o prédio da prefeitura reformado e ampliado com mais um piso ou andar, na administração Targino Pereira Neto (1989 á 1992), até então adversário da família Arruda Câmara, e ter denominado PALÁCIO ANTONIO ARRUDA CÃMARA com homenagem em placa simbólica no patamar do prédio e no hall de entrada da prefeitura.
PREFEITOS ELEITOS:
Lauro Arruda Câmara, primeiro prefeito eleito (1948 á 1950), Adauto de Carvalho (1950 á 1952), Ormildo Matos (1953 á 1957), Joanita Arruda Câmara, primeira mulher eleita (1958 à 1962).
Lauro Arruda eleito prefeito administrou por dois anos e depois foi eleito Deputado Estadual com a maior votação do Estado.
Ornildo Matos teve como marca em sua administração, o setor de saúde, em que o mesmo era médico e não deixou de atuar em sua área.
Joanita Arruda Câmara, prefeita eleita pelo antigo PSD ficou conhecido como “Mãe dos pobres” ou “Mãe gorda”, tinha uma marca forte de administrar Nova Cruz, tendo como bandeira a luta pelo social pelos mais pobres. Uma dignidade de pessoa e muito religiosa.
A economia:
Desde a origem da emancipação política de nosso município que a economia se estruturava com a agricultura e a pecuária, esses dois seguimentos por muito tempo eram os carros-chefes de nossa economia. Com o êxodo rural, na década de 70 e conseqüente inchaço das zonas urbanas, criando-se as periferias das cidades, a agricultura e a pecuária foram ficando em segundo plano e em Nova Cruz não seria diferente. O município viveu também os tempos das Usinas de óleo e de algodão. Os Curtumes de Otaviano Pessoa, Adauto de Carvalho, José Alves da Costa e de Joanita Arruda Câmara; existiam as fábricas de bebidas de José Veríssimo, a de José André Dias e a de Paulo Bezerra que produziam vinagre, aguardente, zinebra, vinho de caju e de jurubeba; fabricas de redes; mais de 30 sapatarias que fabricavam e vendiam para todo o agreste potiguar e para a Paraíba e Pernambuco; alfaiatarias, pelo menos 4 conhecidas; a de Santino, a de Zacarias, a de Oscar e a de NôFefa.
Nova Cruz já teve agencias bancárias do Itaú, Bradesco, Bandern (faliu) e Apern (extinta).
A REALIDADE DA ECONOMIA DE HOJE:
Hoje a economia vive basicamente do comércio de diversos seguimentos, do funcionalismo público estadual, municipal e federal; fabrica da alpargatas, pequena fábrica de bolsa e mochila no bairro São Judas Tadeu, fábrica de bonés, serralharias, serrarias; a feira livre continua sendo a maior da Região Agreste onde agrega grande parte do comércio informal.
Contamos com duas agencias bancarias: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal
O esporte – União x São Sebastião:
O esporte novacruzense teve anos de destaque no futebol da Seleção de Nova Cruz da década de 40 e 60, na rivalidade dos dois principais clubes de futebol, o União e o São Sebastião, nas décadas de 50 até os anos 80. Atletas como; Pilóia, Rocino, Antônio Contente, Zé Lequinha, Feitiço, Brejeiro e dos anos 60 como: Luiz Pereira, Pompila, Gato Ciço, Antonio, Bebé, Luizão, Carneirinho, Ciço Genuíno, Arimatéia, Neto da praça Canarinho, Zé Cunha, Chicão, Pernambuco, Paulo Araruna, Tiro Pêlo, Ciço de Julia, entre outros tantos que marcaram o futebol de nossa terra. No momento atual não há grandes destaques em nosso município e na verdade as equipes passam por grandes dificuldades. Agora além de São Sebastião e do União que estava desativado, temos equipes como o Frei Damião, o Palmeiras, o Cidade do Sol, as equipes do Alto de Santa Luzia: o Flamengo, o Esperança e o América, todas sem nenhum incentivo por parte do poder público, em participar de competições. Apenas o São Sebastião e a equipe Cidade do Sol estão participando de uma competição regional, mais sem nenhum apoio do poder público.
OUTROS ESPORTES:
Destacar os esportes escolares. Nova Cruz desde 2003 na administração do ex-prefeito Cid Arruda sedia os jogos escolares do Rio Grande do Norte “JERN´S”.Na época Cid Arruda prefeito, teve que estruturar todo o complexo poliesportivo e reforma do Ginásio Geovana Targino, para garantir a Regional de Nova Cruz.
PRÓXIMA PUBLICAÇÃO SERÁ SOBRE:
AS FESTAS TRADICIONAIS;
AS FAMÍLIAS TRADICIONAIS (PERSONAGENS QUE FIZERAM A HISTÓRIA DE NOVA CRUZ);
A POLÍTICA DOS ANOS 60, 70 e 80.