Robinson diz que governadora descumpriu acordo para apoiá-lo
O líder do PMN demonstra mágoa com Wilma de Faria por ter sido preterido na sucessão estadual em favor do vice-governador Iberê Ferreira.
Por Alisson Almeida
Foto: Vlademir Alexandre
O deputado estadual Robinson Faria (PMN) se mostrou magoado com a governadora Wilma de Faria (PSB). Na entrevista ao Jornal 96 (96 FM) desta quarta-feira (23), o presidente da Assembleia Legislativa contou que esperava que a governadora cumprisse o acordo firmado ainda em 2006 para fazer do parlamentar o sucessor no governo do Rio Grande de Norte. “Eu esperava que a governadora iniciasse, como ela prometeu, uma caminhada, um trabalho político para eu ser seu sucessor”, disse, em tom de desabafo.
Robinson prometeu para breve o anúncio sobre o rumo que seu grupo seguirá em 2010, mas reafirmou que mantém sua pré-candidatura ao governo. Após dois meses de reclusão política, em virtude dos problemas de saúde dos filhos recém nascidos, o deputado revelou que vai retomar as conversações sobre o próximo pleito.
O deputado disse que o surgimento da sua candidatura não foi escolha própria, mas consequência da eleição de 2006, quando seu grupo foi decisivo para a reeleição da governadora Wilma de Faria, derrotando o até então imbatível senador Garibaldi Alves Filho (PMDB).
“O meu nome surgiu como pré-candidato desde 2006, quando meu grupo foi decisivo para vitória da governadora Wilma de Faria. Fui convidado pelo senador Garibaldi Filho para ser o vice-governador dele, num momento muito privilegiado, em que muitos aceitariam – o que teria consagrado a vitória de Garibaldi. Por lealdade e coerência, recusei o convite e fui ser um simples eleitor de Wilma. A partir daí, a campanha tomou corpo e derrotamos Garibaldi. A tradução dessa vitória é que meu nome seria o nome para suceder Wilma de Faria. Nascia ali uma candidatura ao governo”.
Diante da frustração de ser preterido pela governadora em favor do vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), Robinson confia na “expectativa de renovação política” que diz ser latente na sociedade.
“O sentimento do povo de várias regiões é o sentimento de querer um novo status quo para a política potiguar, fazer a renovação, ter a oportunidade de nomes novos. Meu nome está colocado. Há dois meses eu não vou a lugar nenhum e, segundo uma pesquisa divulgada aqui em Natal, eu estou com 15% para governador, empatado com o ex-prefeito de Natal [Carlos Eduardo], que está um pouco na minha frente. Iberê com 6% e João Maia com 3%. Considero isso um milagre”, analisou.
Orçamento
Robinson comentou ainda a tumultuada votação do Orçamento Geral do Estado (OGE), aprovado na semana passada em meio às críticas dos parlamentares governistas à maneira como o processo foi conduzido. A matéria foi votada em bloco, com 80 emendas encartadas, sem que essas sugestões fossem lidas em plenário.
Para Robinson, “houve politização” do debate. Segundo ele, o OGE estava há três meses na Casa, tempo suficiente para que os deputados discutissem a matéria do governo. O presidente garantiu que houve acordo entre os pares para dispensar as formalidades e aprovar o projeto em bloco.
“A Assembleia Legislativa não fez nada diferente de todos os anos, quando líderes dispensaram as formalidades e acordaram a votação em bloco das emendas. Antes disso votamos 15 matérias, entre elas um crédito suplementar de R$ 60 milhões que o governo já utilizou. Como é que os deputados estão reclamando se eles concordaram e votaram? O presidente apenas colocou em votação o que o plenário deliberou. O Orçamento é uma peça que tem três meses para os deputados se debruçarem e debaterem. As emendas estão lá na Comissão de Finanças”, explicou.
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