quarta-feira, 9 de março de 2011

"OS CÃO"


Os Cão "infernizam" a Redinha na terça-feira de Carnaval
Nem a ameaça de chuva impediu o "bloco" de mela-mela mais tradicional de Natal de virar a praia da Redinha do avesso.

Os Cão são uma instituição da Redinha desde a década de 1960.

Não teve ameaça de chuva que impedisse Os Cão - o mais tradicional "bloco" de mela-mela de Natal - de mais uma vez fazer da Redinha um "inferno" carnavalesco. É praticamente uma instituição da manhã da Terça-Feira de Carnaval na capital potiguar, ou a Terça-Feira Gorda, como alguns lembram.
Desde cedo uma multidão começou a se banhar no mangue próximo à cabeceira da Ponte Forte-Redinha. Pessoas de todas as idades - desde a mas tenra idade mesmo, em alguns casos - e de vários lugares (não apenas gente do próprio bairro, mas também pessoas de outros bairros de Natal, municípios e mesmo de outros estados, atraídos pelos relatos e "rezando" para aparecer cada vez mais Cão) saíam do interior do mangue cobertos pela lama escura, repetindo uma tradição iniciada por um grupo de nativos no distante ano de 1962.
Diz a lenda que, nesse ano, sem fantasias ou outras coisas do gênero, o dito grupo decidiu mergulhar no mangue e sair pelas ruas do então pequeno povoado da Redinha, e uma senhora horrorizada berrou que aquilo eram "os cão", e ficou o nome...
A saída d'Os Cão dos "Portais do Inferno" - quer dizer, do mangue da Redinha Velha - começou pouco depois das 10h30, depois de uma chuva rápida (desde 2009, pelo menos, não ocorria desfile do grupo sob tempo nublado) - e nem de longe tirou a empolgação dos presentes, que seguiram pela pista de barro que dá acesso ao mangue até alcançar o "trevo" da Ponte Forte-Redinha (onde, não faz muito tempo, ficava a antiga caixa d'água do bairro) a fim de seguir o asfalto e adentrar a Redinha Velha, acompanhados pela fiel Banda de Pau e Lata (que acompanha o bloco de alguns anos para cá e está se firmando como outra tradição).
Os mais corajosos e preparados, após atingirem a praia, ousaram fazer uma segunda volta, missão para poucos.