Foi em Mossoró, na noite da última segunda-feira, que o senador José Agripino, líder do DEM, anunciou que vai entrar de corpo e alma na campanha para eleger o tucano José Serra presidente. Agripino fez um discurso forte, depois de descer a tradicional Avenida Presidente Dutra, ao lado da governadora eleita Rosalba Ciarlini (DEM) e do senador reeleito Garibaldi Filho (PMDB), na passeata da vitória.
Diante da multidão já na Praça Vigário Antônio Joaquim, de frente à Catedral de Santa Luzia, o democrata reclamou que os adversários tentaram federalizar a campanha no Rio Grande do Norte para derrotá-lo e disse que a força do povo foi mais forte do que as mentiras que surgiram durante a disputa. Mas, agora, afirmou ele, a disputa será no plano federal, e que está pronto para ajudar na eleição de Serra.
“A fase estadual foi vencida. Temos uma disputa nacional: Serra contra Dilma. Vou assumir integralmente a campanha de Serra no Estado”, anunciou, recebendo a manifestação positiva das pessoas presentes. Agripino disse que adiará o período de férias para se dedicar ao segundo turno das eleições.
A participação de Agripino na campanha de Serra foi noticiada ontem na Grande Imprensa. O jornalista Josias de Souza, na Folha de S.Paulo, destacou: “Agripino foi ecoado, em Minas, pelo grão-tucano Aécio Neves: “Me coloquei absolutamente à disposição de Serra (...) para ajudá-lo a chegar à vitória.”
A posição de Agripino foi imediatamente acompanhada pela governadora eleita Rosalba Ciarlini. Em seu discurso, logo após agradecer a Mossoró a expressiva votação que recebeu em sua terra (mais de 84% dos votos válidos), confirmou que iniciará uma nova campanha, agora para ajudar a eleger Serra. “Vou tirar uma semana de férias, viajarei a Alemanha para conhecer meu neto (filho de Carla Ciarlini, que nasceu durante a campanha eleitoral) e depois retornarei para ajudar Serra no Rio Grande do Norte”, disse.
No mesmo palanque, ouvindo o discurso de José Agripino, o senador Garibaldi Filho, quando fez uso da palavra, ensaiou a “despedida” temporária, pois o seu partido, o PMDB, faz parte da chapa de Dilma Rousseff e ele apoiará a presidenciável petista. “Já estou com saudade desse palanque”, disse, ressaltando que o “voto casado” funcionou no RN e que fortaleceu os laços políticos dos três senadores.
Garibaldi, porém, não se declarou abertamente a Dilma, evitando o desgaste do discurso, uma vez que a população já havia manifestado a simpatia pelo apoio ao tucano José Serra.
A tarefa de José Agripino não será das mais fáceis para reverter o quadro no RN, isso levando em consideração o desejo do eleitor manifestado no primeiro turno. Dilma recebeu 846.416 (51,76%), enquanto Serra obteve 460.107 votos (28,14%). Marina Silva ficou em terceiro, com 313.360 (19,16%).
