Liberou Geral : Marina e Partido Verde decidem pela neutralidade no 2º Turno
O Partido Verde decidiu na tarde deste domingo que ficará neutro no segundo turno da eleição presidencial. A decisão foi tomada em convenção da sigla realizada em São Paulo.
Dos cerca de 92 delegados presentes com direito a voto, apenas quatro se manifestaram contra a neutralidade, em favor do apoio a um dos dois candidatos.
Terceira colocada no primeiro turno da eleição, a senadora Marina Silva (PV-AC) manifestou-se lendo uma carta aberta direcionada aos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Marina disse que optou por esse caminho em “respeito ao povo brasileiro” e fez duras críticas à forma como os dois presidenciáveis tem encaminhado as discussões políticas nesse segundo turno:
“É irônico que dois partidos como PT e PSDB, que foram criados como contraponto a dualidade de MDB e Arena, hoje tenham se deixado capturar pela armadilha do passado. Paradoxalmente, PT e PSDB hoje são fiadores do conservadorismo remitente, que atropelam ideais e utopias”, disse a senadora.
Marina também criticou o discurso religioso dos dois partidos na campanha e disse que não se pode usar a fé como “perversão da política”.
“É a atitude de vocês, mais que o resultado das urnas, que pode melhorar o modo de fazer política no Brasil”, declarou ela, citando os dois candidatos à presidência da República.
A carta elogia a biografia de Dilma e Serra, mas também pontua a falta de compromisso do PT e do PSDB com debate de propostas, voltando a criticar com dureza as "alianças incoerentes" dos dois partidos neste segundo turno.
"Arma-se o eterno embate e na armadilha das alianãs, prende-se a sociedade brasileira, constrangida a ser apenas torcida, quando deveria ser protagonista, ao optar por pacotes políticos", destacou a senadora.
Apoios regionais
Apesar de já terem se declarado favoráveis à Serra e Dilma, respectivamente, os deputados Fernando Gabeira e Zequinha Sarney também preferiram a independência do partido para preservar as alianças regionais da sigla.
Com a decisão de hoje, os filiados da legenda poderão subir no palanque dos dois presidenciáveis, mas não poderão usar bandeiras ou símbolo do partido, sob condição até de serem punidos com a desfiliação.
O PV também decidiu que as lideranças nacionais e executivas, como o presidente nacional e seu vice, José Luiz Penna e Alfredo Sirkis, não poderão abrir o voto deles. O entendimento é que a manifestação poderia confundir o eleitor. Assim como eles, os presidentes regionais da sigla no Rio, São Paulo e Minas também no poderão manifestar apoio público para presidência da República.
Fonte: Portal IG